Há um ano, cidades do sul e extremo sul da Bahia foram afetadas pelas fortes chuvas que atingiram o estado durante o mês de dezembro. Na ocasião, as cidades de Itamaraju e Jucuruçu foram algumas das que mais sofreram com alagamentos, desabamentos e deslizamentos. Em 2022, as chuvas se repetem e preocupam a população.
Em 2021, 24 pessoas morreram e 629 mil foram afetadas em toda a Bahia. Em Jucuruçu, o nível do rio subiu tanto que parte da cidade foi coberta pela água.
A dona de casa Eliana Oliveira Santos foi uma das pessoas que teve a casa invadida pela água. Por sorte, ela e o marido tinham saído do imóvel um dia antes e ido até a cidade vizinha por um motivo muito especial: Eliana estava grávida e perto de dar a luz. No mesmo dia que a rua dela ficou inundada, o pequeno Vitor nasceu.
"Deus me deu um livramento muito grande, porque se eu tivesse aqui, como conseguiria ir para o hospital?", contou.
Durante o temporal, três pessoas morreram. Segundo a Secretaria de Assistência Social da cidade, 1.907 pessoas foram atingidas em Jucuruçu. Delas, 307 ficaram desabrigadas e 155 casas foram destruídas. Segundo a prefeitura, atualmente 84 pessoas ainda recebem o auxílio aluguel.
De acordo com Thaís Souza Silva, secretária de assistência social, 56 residências serão reconstruídas pelo órgão municipal em parceria com o Governo Federal.
O medo de reviver a enchente de 2021 fez com que a servidora pública Simone Porto reconstruísse sua casa em cima do imóvel que vivia antes. Dessa forma, ela espera que a residência não fique alagada novamente.
"Somos acostumados a ver enchentes, mas não era naquela proporção de 2021. Nos últimos dias choveu forte aqui na cidade e eu não consegui dormir", desabafou.
Em Itamaraju, a situação não foi diferente. Em 2021, três pessoas da mesma família morreram soterradas na cidade. Além disso, o nível do Rio Jucuruçu, que corta a cidade, subiu e alagou as casas de diversos moradores.
Um ano após a tragédia, cinco famílias ainda recebem o auxílio social e as casas que foram destruídas ainda não foram reconstruídas com os recursos federal e estadual.
Diante das chuvas que atingem a cidade em dezembro deste ano, os moradores têm medo de reviver as enchentes de 2021. Em novembro, o rio subiu dois metros e cerca de 400 pessoas saíram de suas casas. Por causa do risco, o rio está sendo monitorado pelo órgão municipal.
A servidora pública Elzelita Gonçalves conta é uma das pessoas que vivem próximas ao rio.
"Completei 60 anos foi assim [durante as inundações] e eu espero que com os 61 seja diferente. O nível do rio subiu esses dias e suspendi os móveis, porque tenho medo de perder tudo novamente", contou. Com informações do G1 Bahia