Mata Atlântica: Bahia derruba 49 campos de futebol por dia e lidera desmatamento em 2022
Os dados são do terceiro boletim do Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD)

REDAÇÃO BAHIA DIA A DIA - 02/09/2022 - 12:40
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Com o Brasil batendo recorde de desmatamento nos últimos anos, a Bahia conseguiu se destacar e derrubou 7.411,6 hectares (ha) de Mata Atlântica nos primeiros seis meses de 2022, sendo o estado que mais desflorestou o bioma no país. A estatística representa que os baianos desmataram um pouco mais de 49 campos de futebol por dia, sendo, com sobras, o pior estado no quesito de manutenção da Mata Atlântica. Os dados são do terceiro boletim do Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD).

O município de Baianópolis, na Bacia do Rio Grande, foi o que mais derrubou vegetações de Mata Atlântica no Brasil, de forma isolada. A cidade desmatou 1.697 hectares do bioma no primeiro semestre deste, cerca de 2.056 campos de futebol. A distância de Baianópolis entre os demais municípios é tão grande que a área desmatada na cidade é igual a soma dos outros quatro mais “bem” colocados, que são Santa Rita de Cássia (BA), 440 ha; Porto Murtinho (MS), 440 ha; Corrente (PI), 415 ha; e Parnaguá (PI), 402 ha.

Baianópolis também liderou as estatísticas de desmatamento entre 2020 e 2021, derrubando mais de 1600 hectares de Mata Atlântica, equivalente a quatro campos de futebol por dia (veja mais aqui). Os outros municípios que mais desflorestaram vegetação do bioma no primeiro semestre de 2022 foram: Cotegipe (296 ha), Vitória da Conquista (233 ha) e Encruzilhada (211 ha).

O coordenador do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente e Urbanismo (Ceama) e do Núcleo Mata Atlântica (Numa), Yuri Lopes de Mello, se tem uma dificuldade em definir o bioma do oeste da Bahia, na Bacia do Rio Grande, e que a expansão do agronegócio o que vem agravando o desmatamento no local.

“Nós temos uma dificuldade em definir essa Mata Atlântica do oeste, porque na verdade são ‘manchas’ de Mata Atlântica. Já existem decisões dos tribunais que definiram que a vegetação da região não é efetivamente de Mata Atlântica. A região também é a grande fronteira agrícola da Bahia, nós temos um problema de desmatamento para além das ‘manchas’, é muito grave”, afirmou Mello.

De acordo com o Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente e Urbanismo (Ceama), do Ministério Público, na Bahia podem ser encontradas 11 áreas consideradas como de extrema importância biológica e 25 outras prioritárias para a conservação. Uma das áreas consideradas prioritárias, fica na região da Bacia do Rio Grande, mesmo setor onde fica o município de Baianópolis.

Com informações do Bahia Notícias

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