O presidente Michel Temer deve permanecer no poder por mais tempo. A Chapa Dilma-Temer foi absolvida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por quatro votos a três, na tarde dessa sexta-feira (9), após quatro dias de julgamento.
Os ministros Herman Benjamin, Rosa Weber e Luiz Fux pediram a cassação da chapa eleita em 2014, mas os magistrados Gilmar Mendes, Napoleão Nunes Maia Filho, Tarcísio Vieira de Carvalho Neto e Admar Gonzaga optaram pela absolvição das acusações de abuso de poder político e econômico. Os dois últimos foram indicados este ano por Temer para uma vaga no tribunal. O presidente do TSE, Gilmar Mendes, foi responsável pelo desempate.
Entre as acusações que pesavam sobre Dilma e Temer estava o recebimento de propina-gordura ou propina-poupança, ou seja, pagamentos ilícitos recebidos em anos anteriores, mas aplicados efetivamente nas eleições de 2014. Pagamento realizado pelo estaleiro Keppel Fels a Mônica Moura em 2014. Recebimento de propina pelo contrato de navios-sonda da Sete Brasil com a Petrobras. Pagamento de propina em conta-corrente da Odebrecht. Compra de apoio político para a chapa da coligação Com a Força do Povo por tempo de propaganda de TV e o pagamento de propinas pelo departamento de operações estruturadas da Odebrecht em benefício da coligação Com a Força do Povo.
A decisão do TSE, apesar de representar um respiro para o governo Michel Temer, não significa que o peemedebista estará livre de responder pelas crises que atingem o seu mandato. Novas delações premiadas, um possível desembarque do PSDB e uma denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) continuam ameaçando o presidente.
Na segunda-feira (12), o PSDB decide se abandona ou não o governo de Temer. A possível saída dos tucanos na base aliada pode representar um desembarque em cascata de outras legendas.
Prova disso, é que o PRB, a nona maior bancada da Câmara, com 23 deputados, já marcou reunião para o mesmo dia para avaliar o cenário político após o TSE e a decisão do PSDB.