A campanha nem começou oficialmente e o cenário pré-eleitoral em Porto Seguro, já conta com cinco postulantes para as eleições de outubro. O combate à corrupção e a realização de obras de infraestrutura devem figurar na campanha. No pleito deste ano, mais uma vez os dois grupos que tem se revezado no poder na cidade vão ter concorrentes.
Eles aparecem nas pré-candidaturas da atual prefeita Cláudia Oliveira (PSD), que tentará a reeleição, e de Lúcio Pinto (PMDB), irmão do ex-prefeito Ubaldino Júnior. Cláudia é ligada ao deputado estadual Robério Oliveira, com quem é casada, ex-prefeito de Eunápolis. Em 2012, a gestora debochou em vídeo sobre um suposto desvio de verba, caso negado por ela.
Já Lúcio é do clã de Uldurico Pinto, com atuação política em Porto Seguro desde os anos 1980, e associado ao escândalo dos Anões do Orçamento, que desviou verbas do Orçamento da União entre o fim dos anos 80 e começo dos 90.
Os dois pré-candidatos estão em lados opostos no estado. Enquanto Cláudia está alinhada ao governador Rui Costa, Lúcio Pinto se soma à oposição à gestão petista.
Com uma candidatura à esquerda, o professor Chico Cancela (Psol) traz um discurso mais independente frente às forças dominantes, com críticas às respectivas gestões. Além do docente, a ex-secretária das administrações de Cláudia Oliveira e do ex-gestor Ubaldino Júnior, Roberta Caires, também pôs o nome no páreo. Caires, que é prima e ex-mulher de Ubaldino Júnior, tem ligação direta com o segmento mais forte do turismo na cidade. Outro representante do setor e que também deve se candidatar é Ciro Leite (SDD), que já foi vereador do município no começo dos anos 2000, e pode puxar partidos como Rede, PTB, PSDB e até o PSB.
Neste ano, o tema da corrupção também vai ser municipalizado, e Porto Seguro tem assunto para ser discutido. Nos últimos quinze anos, nove gestões foram reprovadas, segundo pareceres do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). Apenas três contas da prefeitura foram aprovadas com ressalvas (duas contas tiveram decisões especiais).
Na cidade, há críticas sobre a interferência das grandes operadores de turismo e do agronegócio no jogo eleitoral, que beneficiariam as candidaturas com maior visibilidade. Entre os problemas mais discutidos na campanha, a população deve cobrar segurança (mesmo sendo da competência do estado), educação, saúde, desemprego e saneamento básico, entre outras questões.