O número de pessoas que vive com depressão tem aumentado em todo o planeta e menos de metade dos afetados recebe tratamento adequado – embora já haja diversos métodos efetivos conhecidos.
De acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (23) pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o contingente de pessoas que têm depressão apresentou crescimento de 18% entre os anos de 2005 e 2015. A estimativa da OMS é de que, atualmente, mais de 300 milhões de pessoas de todas as idades sofram com a doença no mundo.
O órgão alertou que a depressão é a principal causa de incapacidade laboral no planeta e, nos piores casos, pode levar ao suicídio. A condição será o tema de maior destaque a ser tratado no Dia Mundial da Saúde, coordenado pela OMS e lembrado no próximo dia 7 de abril.
“A depressão é diferente de flutuações habituais de humor e respostas emocionais de curta duração aos desafios da vida cotidiana. Especialmente quando de longa duração e com intensidade moderada ou severa, a depressão pode se tornar um sério problema de saúde”, destacou a organização em comunicado. Os dados mostram que quase 800 mil pessoas morrem em razão de suicídios todos os anos, a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos.
A organização também alertou que, apesar da existência de tratamentos efetivos para a doença, menos da metade das pessoas afetadas pela condição no mundo – e, em alguns países, menos de 10% dos casos – recebe ajuda médica.
As barreiras incluem falta de recursos, falta de profissionais capacitados e o estigma social associado a transtornos mentais, além de falhas no diagnóstico.
“O fardo da depressão e de outras condições envolvendo a saúde mental está em ascensão em todo o mundo”, concluiu a OMS, ao cobrar uma resposta compreensiva e coordenada para as desordens mentais por parte de todos os países-membros.
Classificação
A depressão pode ser classificada como suave, moderada ou severa, dependendo do número de sintomas apresentados e pela severidade com a qual se manifestam. A distinção também pode ser feita a partir da frequência com que episódios de depressão se dão na vida da pessoa afetada. A condição pode ser crônica, especialmente se não houver tratamento.
Em transtornos depressivos recorrentes , os episódios envolvem mudança de humor (a pessoa sente-se deprimida), perda de interesse e do prazer, além de falta de energia para realizar atividades por ao menos duas semanas. Muitas pessoas com depressão também sofrem com sintomas de ansiedade, distúrbios do sono, perda do apetite e falta de concentração.
Uma pessoa com episódios de depressão classificados como suaves apresenta dificuldade em prosseguir com suas atividades cotidianas no trabalho e em sua vida social, mas provavelmente não irá interromper suas funções completamente. Agora, durante episódios considerados severos, dificilmente o indivíduo prosseguirá com qualquer atividade de seu dia a dia, como trabalho, compromissos fora de casa e atividades domésticas.
A depressão resulta de uma complexa interação entre fatores sociais, psicológicos e biológicos. Pessoas que vivenciaram situações difíceis (como o desemprego ou algum trauma psicológico) apresentam maior propensão a desenvolver a doença. Como em um ciclo vicioso, uma pessoa deprimida tende a se sentir mais estressada e menos disposta, portanto a situação de sua vida vai piorando cada vez mais, fazendo com que a doença ganha ainda mais força.
Há, segundo a OMS, interrelações entre a depressão e doenças físicas. Por exemplo: uma doença cardiovascular pode levar à depressão, e vice-versa.
*Com informações da Agência Brasil