Oito meses após a apresentação da denúncia, o processo mais longo da história do Congresso teve desfecho nesta terça-feira (14). O Conselho de Ética da Câmara aprovou por margem apertada parecer favorável à cassação do mandato eletivo de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), já afastado do cargo desde o dia 5 de maio.
Em uma sessão marcada por muito bate- boca, 11 deputados foram favoráveis ao relatatório apresentado pelo deputado Marcos Rogério ( DEM-RO). O voto decisivo foi dado pela deputada Tia Eron (PRB-BA), que sofreu intensa pressão nos últimos dias.
Ao se pronunciar, a deputada disse que votava com a consciência e defendeu seu partido, que segundo ela não é "balcão de negócios". Tia Eron ainda fez críticas à imprensa por ter presumido antecipadamente que ela votaria a favor de Cunha.
"A minha consciência, é nela que moram os valores, é nela que reside a verdade", afirmou. "Eu não sou estrela, sou dada ao trabalho, (...) mas quero recomendar à imprensa a leitura de Umberto Eco e Darcy Ribeiro quando falam da desconstrução do óbvio."
"Eu não posso aqui absolver o representado nesta tarde. Eu não posso. Eu voto sim", disse a deputada, que foi aplaudida após se pronunciar.
Futuro de Cunha
O futuro de Eduardo Cunha segue incerto, ele só perderá o mandato, caso o plenário da câmara confirme o parecer do conselho com o voto de pelo menos 275 dos seus 512 colegas. A apreciação ainda não tem data marcada para ser realizada.
Fotos: Douglas Gomes/Divulgação