Empresa sob investigação: Justiça eleitoral suspende pesquisa em Itabela por irregularidades

A coligação "O TRABALHO VAI CONTINUAR", do candidato a prefeito Ricardo Flauzino, obteve decisão favorável da Justiça Eleitoral, que suspendeu a divulgação de uma pesquisa de intenção de votos para prefeito, registrada sob o número BA-04958/2024. A pesquisa foi contratada por outro candidato a prefeito e realizada pela empresa FLEX Consultoria & Pesquisas, sob a responsabilidade de Adeilson de Lima Francisco. A decisão liminar foi proferida pela juíza da 189ª Zona Eleitoral, Tereza Julia do Nascimento.

A coligação contestou a pesquisa devido à falta de observância de requisitos essenciais, como a ponderação do nível econômico dos entrevistados, conforme exigido pela Resolução TSE nº 23.600/2019. A pesquisa, considerada suspeita, foi realizada em 18/09/2024 e tinha previsão de divulgação para 24/09/2024.

O advogado Caique de Souza Tourinho alegou que a pesquisa comprometia a representatividade dos resultados por não coletar informações detalhadas sobre a renda dos participantes, limitando-se a perguntar apenas se a pessoa trabalhava ou não. Segundo a acusação, essa falha poderia distorcer os resultados e influenciar negativamente o processo eleitoral.

A Resolução TSE nº 23.600/2019 determina que as pesquisas eleitorais precisam incluir diferentes níveis econômicos da população para evitar direcionamentos ou manipulações. No caso em questão, o formulário utilizado pela empresa dividiu os entrevistados apenas entre economicamente ativos ou inativos, sem detalhar as faixas de renda, violando as normas estabelecidas.

*PESQUISAS FRAUDULENTAS*

A mesma empresa é acusada de estar envolvida em diversas ações, sob alegação de irregularidades e fraudes em vários municípios. A empresa tem sede na área rural de Linhares, ES. Recentemente, uma pesquisa foi suspensa na última semana no município de Itagibá, por usar os nomes dos candidatos de Itabela na pesquisa.

Além disso, outra pesquisa foi suspensa na cidade de Porto Seguro, em 11 de setembro, por decisão do juiz da 122ª Zona Eleitoral, Rodrigo Duarte Bonatti, devido a vícios insanáveis no plano amostral e nos questionários utilizados.

Em 2020, a empresa também foi alvo de denúncias de pesquisas realizadas na cidade de Teixeira de Freitas.