Mulher relata ter sido estuprada enquanto dormia em Caraíva
Vítima, de 27 anos, afirma que indígena é autor do crime.

REDAÇÃO BAHIA DIA A DIA - 26/01/2020 - 11:05
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Uma mulher de 27 anos usou as redes sociais para denunciar que foi estuprada após ter a casa invadida em Caraíva, comunidade de Porto Seguro. O homem suspeito do crime foi preso após ser encontrado com o celular da vítima.

A denúncia foi feita por Maria do Carmo Ribeiro. Segundo a mulher, o crime ocorreu na terça-feira (21), por volta das 5h30. Na postagem, ela conta que encontrou o homem por cima dela logo após acordar.

"Suas pernas estavam sobre as minhas, uma de suas mãos estava esfregando minha vagina e com a outra ele se masturbava. Uma camisa vermelha encobria seu nariz e sua boca. Assim que me viu abrir os olhos ele continuou, como se nada tivesse acontecido. Nunca esquecerei daqueles olhos frios e daquele corpo asqueroso sobre o meu. Não sei de onde tirei forças - comecei a bater nele e levantar. Ele se esquivava e tentava segurar meus braços, comecei a gritar e xingar", disse na postagem.

Mulher fala que homem estava com roupa de cor vermelho e usou protetor solar durante crime. — Foto: Reprodução / Redes Sociais

Maria detalhou que o homem só parou com as agressões após ouvir o barulho feito pelo companheiro dela, que dormia em outro cômodo da casa. O homem fugiu por uma parte destelhada da casa.

Foi aí que ouvimos meu companheiro, que eu não sabia que dormia no cômodo ao lado, despertar e perguntar o que houve. Num pulo, o agressor, que agora sei que chama Tácio da Conceição Bonfim, abriu a porta do banheiro, pegou impulso no vaso e na máquina de lavar e pulou pela parte destelhada da casa. Meu companheiro passou a procurá-lo às voltas da casa enquanto aos gritos eu lhe informava da camisa vermelha.

Em seguida, ainda enquanto o companheiro procurava pelo criminoso, Maria percebeu que o celular não estava mais dentro de casa.

"Enquanto meu companheiro buscava voltei ao quarto e notei que havia sumido meu celular. E uma cueca e um protetor solar que ele usou como lubrificante em mim repousavam sobre a cama. O estuprador estava escondido atrás de uma moita e fugiu na direção oposta a que fomos procurar, fato que soubemos posteriormente, através do meu vizinho que o viu atravessar seu quintal. Sem camisa. Com uma tatuagem nas costas e boné preto. Encontramos a camisa vermelha numa moita.", contou.

Ainda na postagem, a vítima informou que o homem foi preso no dia seguinte ao crime, na quarta-feira (22), depois de ser encontrado por populares na mesma comunidade onde ocorreu o estupro.

"Na noite do dia seguinte, na certeza de que nada aconteceria, ele foi à vila e foi contido. Imediatamente me chamaram para reconhecê-lo. Arrogantemente ele portava meu celular, com a mesma capinha e película que eu usava. Reconheci o aparelho e o homem na hora. A polícia veio à Caraíva para levá-lo, saímos à 1h30 da manhã e chegamos às 3h30 na delegacia de Porto Seguro, onde prestei declarações, enquanto ele ainda teve a pachorra de negar o crime. Meu celular me foi restituído e voltei pra casa. Exausta, abalada, exaurida."

Apesar da prisão, conforme relatos da vítima, a Justiça arbitrou fiança de R$ 3,5 mil, já que crimes foram registrados como importunação sexual e furto simples. Ela questionou a decisão já que há indícios de que outras mulheres foram estupradas pelo mesmo homem.

"Nesse meio tempo muita gente me procurou pra dizer que há outras vítimas dele [...] Muitas confirmaram seu perfil agressivo e frio. [...] A justiça, sem saber destes detalhes, concedeu a ele liberdade provisória mediante o pagamento de fiança no valor mínimo. Ou seja - se pagar 3.500 reais, Tácio da Conceição Bonfim, que me estuprou há menos de uma semana, vai voltar às ruas da pequena vila onde resido, oferecendo perigo para mim em especial, mas também para outras potenciais vítimas", pontuou

O que diz a polícia

Segundo a 23ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin), o homem foi preso por moradores da região, com o aparelho celular roubado, e depois levado para o plantão de polícia em Porto Seguro, no mesmo dia do crime.

Apesar disso, como não foram identificados emprego de violência ou grave ameaça, o caso foi autuado como importunação sexual e furto simples. Por isso, a Justiça arbitrou fiança de R$ 3,5 mil.

A polícia disse ainda que entrou em contato com a vítima, solicitando na colaboração na identificação de outras mulheres. Mas, a vítima informou que outras mulheres não apresentaram interesse em formalizar os casos. Mesmo assim, outras diligências serão realizadas ao longo da semana acerca para identificar outros possíveis crimes feitos pelo homem.

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