Quatro policiais federais e um oficial de justiça tentaram executar um mandado de reintegração de posse, na manhã desta quinta-feira (27), em uma área que fica localizada a aldeia da comunidade Pataxó Novos Guerreiros, em Ponta Grande, que fica na cidade de Porto Seguro.
Segundo informações da liderança indígena, João Payayá, os agentes, que estavam armados, recuaram após encontrar um grande número de indígenas no local.
"Eles estiveram aqui na aldeia, fizeram algumas perguntas, mas não tiveram condições de fazer a reintegração, porque foram surpreendidos pela gente. Tinham muitos indígenas na hora e eles também não sabiam qual era a área exata que tinha que desocupar", contou a liderança indígena.
A liderança indígena e a Defensoria Pública da União (DPU) na Bahia afirmam que os policiais federais e o oficial de justiça retornaram para a delegacia a fim de analisar melhor a decisão. Não houve nenhum ato de violência na ação.
“Alguns policiais foram lá de manhã. Eles não cumpriram a decisão, porque há uma certa dúvida sobre qual seria a área exata, porque a decisão fala em uma área de 400 metros quadrados, mas eles não conseguiram localizar exatamente em qual área seria e depois, porque a quantidade de policiais era pequena para fazer os procedimentos, tinha muitas pessoas para serem retiradas e aí eles não fizeram a reintegração, estão analisando”, explicou o defensor regional de direitos humanos, Vladimir Correia.
A ação de reintegração de posse foi movida pelos donos do campo de aviação que fica ao lado da área indígena. O território requerido, que tem 400 metros quadrados, é usado como escape e ajuda o campo de aviação caso aconteça algum problema na hora do pouso ou da decolagem.
Na decisão, o juiz Pablo Baldivieso deu um prazo de cinco dias para os índios saírem da área. Além de acharem o prazo pequeno, os índios pediram na Justiça a garantia de permanência na área e a suspensão da decisão.
O prazo dado pela Justiça para que os indígenas desocupem parte da terra acabou na terça-feira (25). Entretanto, a reintegração de posse ainda não aconteceu.
Na quarta-feira (26), os indígenas fizeram um ato de resistência para chamar atenção das pessoas ao problema. Dezenas deles fizeram rituais com danças, orações e gritos de ordem.