Aves raras encontram proteção em florestas da Costa do Descobrimento
Extremo Sul da Bahia se destaca por ser a casa de espécies ameaçadas

G1 BAHIA - 13/05/2019 - 20:05
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Onde fica o paraíso? Com certeza, no Brasil, existem inúmeros lugares intocáveis e preservados que recebem esse título e são considerados como um “pedaço do céu na Terra”. Um deles é a Costa do Descobrimento, no Sul da Bahia.

O local conhecido principalmente por ter sido a região onde Pedro Álvares Cabral e sua tripulação desembarcaram em 1500 carrega além do valor histórico, uma natureza única e muito significativa.

E foi em uma expedição à costa baiana que a equipe do Terra da Gente, programa de biodiversidade da EPTV (filiada a TV Globo) encontrou espécies raras que são vistas pelos pesquisadores e observadores de aves como verdadeiros tesouros da natureza, como por exemplo: beija-flor rabo-branco-de-margarette, urutau-de-asa-branca, anambé-de-asa-branca e a tiriba-grande.

Essas espécies possuem alguns fatores em comum, sendo o principal deles o fato de estarem ameaçadas de extinção. E o motivo para tal classificação se dá por elas estarem associadas às florestas de baixada dentro da Mata Atlântica. Ambiente que corresponde ao mais devastado desse domínio natural.

“O motivo é que se trata de um relevo plano e também próximo ao mar e, justamente por isso, uma grande parte das espécies que nele se encontra está ameaçada de extinção”, explica o ornitólogo Luciano Lima.

Rabo-branco-de-margarette

Exclusivo do Brasil, esse beija-flor de 16 centímetros é considerado um dos mais raros e ameaçados do País.

Reconhecido principalmente pela cauda mais esbranquiçada e o bico mais curvo, o colibri tem o nome popular em homenagem a Margaretta Dupont, esposa do Crawford Greenewlat, presidente da Dupont e um dos primeiros a desenvolver uma câmera capaz de “congelar” os beija-flores em voo, aves as quais sempre admirou.

O rabo-branco-de-margarette é uma espécie difícil de ser observada na natureza. Vive em áreas de florestas mais úmidas, próximo ao fundo dos vales. No Brasil, distribui-se em florestas de tabuleiro entre Alagoas e o extremo norte do Espírito Santo.

Urutau-de-asa-branca

O urutau-de-asa-branca é uma “ave fantasma” foi durante muito tempo considerada um grande enigma na ornitologia por ter ficado mais de 150 anos sem ser encontrado.

De hábito noturno a espécie que pode medir até 38 centímetros se difere dos outros parentes por possuir uma marca branca evidente nas asas. Alimenta-se de insetos e diferente do que muitos pensam a espécie não espera o alimento empoleirado, mas voa em busca do sustento.

É uma ave rara e pouco avistada. Está presente na floresta Amazônica e em Matas de tabuleiro da Bahia e Espírito Santo.

Tiriba-grande

Com 30 centímetros de comprimento, este psitacídeo exclusivo do Brasil também ameaçado de extinção se destaca por apresentar penas multicoloridas pelo corpo. Na região da barriga, a plumagem avermelhada parece formar um “coração”.

Alimenta-se de frutos e vive em bando. Assim como outras tiribas e papagaios é considerada uma espécie sociável. Ocorre na Mata Atlântica, presente na Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro.

Anambé-de-asa-branca

Da família do crejoá, o anambé-de-asa-branca é uma das joias exclusivas do país que também está ameaçada de extinção, sendo considerada uma das mais raras espécies do gênero Xipholena.

Com 19 centímetros de comprimento, o anambé se destaca pela plumagem vinho, que contrasta com as penas brancas na região das asas, característica exclusiva, portanto, do macho da espécie. A fêmea é bem mais discreta e apresenta a coloração cinza predominante.

Alimenta-se de frutos e insetos. Quando avistada, geralmente está aos pares ou em bandos mistos. Vive em matas de tabuleiro, floresta Atlântica, e em ambientes úmidos de baixada.

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