Jovem pataxó é morto a tiros após reclamar de som alto em Porto Seguro
Vitor Braz de Souza tinha 22 anos tinha e um filho recém-nascido. Organizador diz que crime não ocorreu dentro do evento.

G1/BA - 14/03/2022 - 15:21
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O indígena da tribo Pataxó, Vitor Braz de Souza, 22 anos, foi morto a tiros, na madrugada desta segunda-feira (14), na localidade de Ponta Grande, em Porto Seguro.

Vitor, uma das jovens lideranças da tribo na região, foi morto após reclamar do som alto durante a realização de uma festa, que acontecia nas proximidades da praia da Ponta Grossa. De acordo com os pataxós, a área onde acontecia o evento é um território indígena ainda não homologado.

A Polícia Civil diz que o autor dos disparos foi um homem ainda não identificado. Ele teria efetuado os tiros após Vitor reclamar do volume de um som. Ainda segundo a policia, agentes seguem nas buscas para identificar e prender o autor do crime.

Após ser baleado, Vitor chegou a ser encaminhado para o Hospital Luis Eduardo Magalhães, em Porto Seguro, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

O jovem era atuante no movimento Indígena, e participava de diversas mobilizações. Segundo outras lideranças pataxós, o filho de Vitor nasceu há pouco mais de 30 dias. O jovem era neto do primeiro cacique da aldeia Novos Guerreiros, e neto da pajé Japira.

A festa que resultou na morte de Vitor foi chamada de Sigilo Fest. No entanto, um dos produtores do evento, Bell Cast, se manifestou nas redes sociais sobre o ocorrido e lamentou a morte de Vitor. Segundo o promotor da festa, o crime não ocorreu dentro da área do evento, ainda assim, ele se colocou à disposição para ajudar na resolução do crime e reforçou o pedido por justiça.

"Aconteceu uma coisa bem triste no evento e quero deixar bem claro que eu e o pessoal que fizemos a festa lá estamos à disposição para descobrir quem foi que fez. O pessoal da casa não esclareceu que ali era uma área indígena, mas vieram até a a gente e acabou mais cedo, mas infelizmente acabou acontecendo algo muito difícil", disse o influenciador em uma série de stories em sua página nas redes sociais.

"Quero dizer ao pessoal indígena que contem comigo. Infelizmente essa é uma situação muito difícil para o pessoal e para gente. É uma situação irreversível. Aconteceu longe do evento, mas aconteceu e merece justiça. O evento não teve nada a ver com isso. Aconteceu próximo, mas não foi dentro do evento", completou Bell Cast.

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