Ao cruzar informações, a Justiça Eleitoral vem desnudando o que suspeita ser uma nova frente de fraudes: doações milionárias de quem, aparentemente, nada tem.
De acordo com informações da coluna Painel, do jornal Folha, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) identificou 21.072 pessoas que, mesmo em situação de pobreza, transferiram juntas mais de R$ 168 milhões a campanhas municipais.
Ainda segundo a publicação, uma delas, cuja última renda conhecida é de 2010, doou R$ 93 mil. Outras dez desembolsaram mais de R$ 1 milhão, mas não têm renda compatível com tamanha generosidade.
Para o TSE, há ainda um grupo considerável de doadores registrados como beneficiários do Bolsa Família ou sem terra. Os dados já foram remetidos ao Ministério Público para averiguação.
Além das candidatas “laranjas” — mulheres lançadas na eleição apenas para cumprir a cota feminina — o TSE quer acabar com outra farra: funcionários públicos que se tornam candidatos só para ficar seis meses fora do serviço, recebendo salário.