Janeiro, de alguma forma, nos ajuda a enxergar a realidade mais íntima que nos constitui: a realidade dos nossos pensamentos, sentimentos, desejos, afetos, emoções e comportamentos. Ajuda a enxergarmos a realidade do nosso psiquismo, das nossas maneiras de ser, agir, sentir e pensar a realidade do que verdadeiramente somos, podemos e sabemos. Em uma só expressão, a realidade do nosso “eu”. Nada melhor do que iniciar o ano fazendo uma reflexão de quem realmente somos e o que a vida pode esperar de nós no ano que se inicia. Como se fosse uma lupa, janeiro favorece a percepção da condição em que se encontra o nosso psiquismo. O que você pode descobrir sobre si mesmo nesse mês? Dessa forma, abraçamos a causa do Janeiro Branco e buscando um bem estar maior a saúde mental e emocional.
O que é a campanha Janeiro Branco?
É uma ação que torna o mês de janeiro um marco para que todos reflitam, debatam e para que se planejem estratégias em prol da saúde mental, buscando soluções políticas, sociais e culturais para que o adoecimento emocional seja conhecido, prevenido e atenuado em todas as esferas e espaços. No Brasil, 23 milhões de pessoas (12% da população) necessitam de algum atendimento em saúde mental. Pelo menos 5 milhões de brasileiros sofrem com transtornos mentais graves e persistentes. De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria, apesar das políticas de saúde mental priorizarem as doenças mais graves, como esquizofrenia e transtorno bipolar, as mais prevalentes estão ligadas à depressão, ansiedade e a transtornos de ajustamento. Os problemas de saúde mental ocupam cinco posições no ranking das dez principais causas de incapacidade, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Segundo estudos, a alta incidência de transtornos mentais é causada pela grande urbanização, associada com privações sociais. Os grupos mais vulneráveis são homens migrantes e mulheres que residem em regiões de alta vulnerabilidade social, ou seja, regiões de alto desemprego, baixa escolaridade e baixa renda. As altas taxas encontradas demonstram a necessidade de discutir melhor o atendimento oferecido à população brasileira, repensando o planejamento de políticas de saúde mental. Programas de treinamento e educação para profissionais de cuidados primários precisam ser introduzidos ou aprimorados, juntamente com melhorias nos serviços da rede pública em geral. As políticas públicas devem ser voltadas para reduzir as desigualdades econômicas e melhorar a educação e segurança pública a fim de superar o círculo vicioso da pobreza, da violência urbana e de transtornos mentais, atuando diretamente para a promoção do bem-estar humano.
É de extrema importância que se fale sobre sofrimento psíquico, suas consequências e o que pode ser feito para solucionar questões psíquicas conflitivas. Esse debate promove menos preconceito com as doenças psíquicas, também colabora para que as pessoas que estão passando por dificuldades procurem ajuda. O Janeiro Branco vem para lembrar-nos de que o sofrimento psíquico é comum a todos. O que se precisa é romper barreiras, tendo como base a valorização da subjetividade humana e o combate ao adoecimento emocional das pessoas. É de suma importância buscar sempre fazer uma análise introspectiva a fim de constatar como encontra-se sua saúde mental ou emocional e recorrer ao profissional da área sendo este o psicólogo e psiquiatra. Não é vergonhoso cuidar da psique, vergonhoso é ignorar o problema e não buscar meios para soluciona-lo.
"Ajude-nos a mostrar ao mundo inteiro que cuidar da mente é cuidar da vida e que, aonde há Saúde Mental, há paz, autoconhecimento e muita harmonia nos relacionamentos entre as pessoas".
Luanna Silva Vaz
CRP 03 11114
Psicóloga Clínica na CLIMED
Psicóloga do CREAS
Especialista em Avaliação Psicológia
Formação em TCC