Justiça autoriza leilão de terra em área indígena em Trancoso

REDAÇÃO BAHIA DIA A DIA - 31/03/2024 - 09:40
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Nesta segunda-feira (01/04), a Justiça Federal em Eunápolis irá autorizar leilão de uma área de 60 mil m² no distrito de Trancoso, uma das áreas mais valorizadas do país, pertencente ao município de Porto Seguro, Extremo Sul da Bahia.

A propriedade Fazendas Reunidas Itaquena, pertence a um dos maiores grileiros da Bahia, o consul português Moacyr Andrade, com grande influência nos poderes locais, e a área é paradisíaca e deserta Praia de Itaquena, e está avaliada em mais de 90 milhões de reais. A área que será leiloada foi grilada e pertence aos índios Pataxó da família Bráz.

Grileiro e ICMBio atuam contra índios Pataxó

A família Braz Pataxó enfrenta os desmandos do maior latifundiário da região com apoio do Instituto Chico Mendes de Conservação (ICMBio) que, com apoio do grileiro português, realizou uma série de ataques através de despejos, ameaças e até a criação de uma unidade de conservação para expulsar os índios da família Braz da região, o Refúgio de Vida Silvestre do Rio dos Frades.

Para os mais ingênuos, a unidade de conservação seria uma ferramenta para preservar o local, mas foi utilizada para reprimir os índios Pataxó e impedir que ricaços convivam com os índios e a grilagem de Moacyr Andrade não seja evidenciada. Nessa mesma região, um dos herdeiros da Rede Globo de Televisão possui propriedades e uma pousada de luxo na praia de Itapororoca, a Pousada Tutabel.

Em 2007, uma ação do latifundiário e grileiro Moacyr Andrade em conluio com o ICMBio expulsou os índios que se encontravam entre a foz do Rio Doce e do Rio dos Frades, com ameaças e violência, destruindo e queimando os pertences dos índios que ali estavam, para a criação dessa unidade de conservação de mentira para expulsar os índios e garantir a grilagem e proteger o patrimônio da família Marinho e do Consul português, aumentando a especulação imobiliária.

Justiça a favor da grilagem

Os autos da Justiça Federal que autorizam o leilão milionário constam que o está “totalmente desocupado”, conforme informações obtidas nos Autos e confirmada através de constatação realizada recentemente no local que ocorreu no dia 22/3/2024.

Claramente equivocada e de maneira intencional não foi verificada a presença de índios na área, mas é o local que faz parte da Aldeia Lagoa Doce, onde vivem mais de uma centena de índios da Família Braz.

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